28 de mar. de 2018

“Insetos”, da Cia. dos Atores Com texto inédito de Jô Bilac, adaptado pela companhia e pelo diretor Rodrigo Portella, peça marca os 30 anos de atividade do grupo carioca Espetáculo estreia em 22 de março em espaço alternativo, salas C e D, no segundo andar do centro cultural


Centro Cultural Banco do Brasil

apresenta “Insetos”,

da Cia. dos Atores

Com texto inédito de Jô Bilac, adaptado

pela companhia e pelo diretor Rodrigo Portella,

peça marca os 30 anos de atividade do grupo carioca

Espetáculo estreia em 22 de março em espaço alternativo, salas C e D, no segundo andar do centro cultural

Comemorando 30 anos de trajetória, a Cia. dos Atores estreia “Insetos” em 22 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. Com texto original de Jô Bilac adaptado pela Cia. dos Atores e pelo diretor Rodrigo Portella, a montagem traz quatro fundadores da companhia no elenco: Cesar Augusto, Marcelo Olinto, Marcelo Valle e Susana Ribeiro. A peça ocupará um espaço da instituição normalmente utilizado para exposições: as salas C e D, no segundo andar. As sessões são de quarta a domingo, até o dia 6 de maio. Depois da temporada carioca, “Insetos” seguirá em turnê pelas unidades do CCBB em Brasília (17/5 a 10/6), São Paulo (6/7 a 20/8) e Belo Horizonte (20/9 a 15/10). A peça “Insetos” tem patrocínio do Banco do Brasil.

Repetindo aqui a parceria com a Cia. dos Atores após o sucesso de “Conselho de Classe” (2014), Jô Bilac propôs dar voz aos insetos para este novo espetáculo do grupo. São doze quadros que se entrelaçam formando a narrativa, na qual o autor fala sobre medo e manipulação. Como uma fábula, o texto traça paralelos entre a natureza e questões políticas e sociais da atualidade – evocando comportamentos coletivos e individuais que vão sendo revelados na voz de diferentes insetos: cigarra, gafanhoto, barata, louva-a-deus, besouro, mariposa, borboleta, mosquito, cupim e formiga, entre outros.

Em cena, uma situação de êxodo gera um desequilíbrio imenso na natureza. Há escassez, tirania e guerra. O colapso está instaurado. Os gafanhotos tentam destruir tudo, mas se veem diante de uma nova ordem imposta pelo louva-a-deus. Nesse universo, o olhar sobre o humano ganha uma nova perspectiva, atravessada pela realidade dos insetos. “O Jô usa os insetos na dramaturgia em analogia com personagens da nossa história, situações que estamos vivendo atualmente. Temos figuras do poder, estratos sociais, mas sem uma nomeação direta”, explica Susana Ribeiro. “Queremos usar desequilíbrios da natureza como espelho da sociedade”, comenta Cesar Augusto.

“Insetos, novo espetáculo da Cia. dos Atores, juntamente com o Jô Bilac, traz uma reflexão pertinente sobre as questões sociais e políticas contemporâneas utilizando as relações encontradas na natureza. Regularmente, ao longo desses 28 anos, o CCBB apoiou o trabalho de diversas companhias brasileiras de teatro, pois acredita que seus processos de estudo, criação e maturação são valiosos para as artes no nosso país. Firmar mais uma parceria com a Cia., ainda mais na montagem que marca os seus 30 anos, é um enorme prestígio para nós”, afirma Marcelo Fernandes, Gerente Geral do CCBB Rio.

As salas C e D no segundo andar do CCBB, normalmente usadas para exposições, abriga o espetáculo. No amplo espaço, o cenário de Beli Araújo e Cesar Augusto é ocupado por pneus, que criam diferentes quadros para as cenas. Os figurinos de Marcelo Olinto trazem referências ao universo dos insetos – como asas e antenas – mas não são a representação fiel desses bichos. “Essa peça me permite trabalhar o lugar do atrito entre o cômico e o trágico, refletido no estado de guerra proposto pelo texto. Trabalhamos entre o universo microscópico e invisível dos insetos e o nosso universo”, diz Rodrigo Portella.

Para a companhia, o espetáculo é também uma celebração. “Em cena, temos 30 anos de convívio. Nos conhecemos bastante e já sabemos o que esperar do outro. Temos muito menos atrito. Olhamos um para o outro em cena e nos reconhecemos”, diz Marcelo Valle. “Acho que uma palavra que nos definiria seria inquietação. E uma das coisas boas é que nos colocamos o desafio de trabalhar com pessoas novas, como o Rodrigo (Portella), que é de outra geração. Essa inquietação e essa disponibilidade para o novo nos acompanha desde 1988”, completa Marcelo Olinto.

SOBRE A CIA. DOS ATORES

Formada pelos atores Bel Garcia (in memorian), Cesar Augusto, Gustavo Gasparani, Marcelo Olinto, Marcelo Valle e Susana Ribeiro, a Cia. dos Atores comemora 30 anos de atividade ininterrupta em 2018, se tornando um dos grupos de maior tempo de trabalho no Rio de Janeiro. Já recebeu os principais prêmios do teatro brasileiro. Seu repertório inclui mais de uma dezena de espetáculos, entre eles, “Melodrama”, “A Morta”, “O Rei da Vela”, “A Bao A Qu (Um Lance de Dados)” e “Conselho de Classe”, primeira parceria com Jô Bilac.

Mantendo sempre o mesmo núcleo de atores, esse grupo carioca, além de ter representado em festivais nacionais e internacionais, foi responsável pela direção artística de dois teatros da rede municipal da prefeitura do Rio de Janeiro: Teatro Ziembinski e Espaço Cultural Municipal Sérgio Porto. A sede da Cia. dos Atores, localizada na escadaria do Selarón, na Lapa, foi inaugurada em 2006. De lá para cá, a companhia já promoveu ali uma série de atividades: ensaios, treinamentos, mostras de dramaturgia contemporânea, apresentações, oficinas gratuitas e parcerias institucionais.

SOBRE RODRIGO PORTELLA (diretor)

Natural de Três Rios, interior do Estado do Rio, o autor e diretor Rodrigo Portella dirigiu 19 peças. No Rio, cursou direção teatral na UNIRIO e publicou “Trilogia do Cárcere”. Em sua cidade natal, fundou a Cia Cortejo. Realizou cerca de 200 apresentações de “Antes da Chuva” por todo o país com o projeto Palco Giratório. Atualmente, se dedica a pesquisar as experiências de Charles Deemer e o Hiperdrama no Teatro, por meio de uma bolsa da FAPERJ, sob orientação de Moacyr Chaves. É diretor geral do “Off Rio – Multifestival de Teatro de Três Rios”, que em 2018 chega à sua sexta edição.

Foi indicado ao Prêmio Shell 2013 (Melhor Direção por “Uma História Oficial” e Melhor Texto por “Antes da Chuva”), Prêmio APTR 2010 (Melhor Iluminação por “Na Solidão dos Campos de Algodão”) e Prêmio Cesgranrio 2016 (Melhor Texto por “Alice Mandou um Beijo”). Em 2017, dirigiu “Tom na Fazenda” – peça vencedora dos prêmios Cesgranrio (vencedor de três categorias, incluindo Melhor Direção), Botequim Cultural (vencedor de sete categorias, incluindo Melhor Direção) e Questão de Crítica. A produção ainda concorre aos prêmios APTR, Shell e Cenym.

FICHA TÉCNICA
Texto original – Jô BilaC
Adaptação – Cia. dos Atores e Rodrigo Portella
Direção – Rodrigo Portella
Elenco
Cesar Augusto
Marcelo Olinto
Marcelo Valle
Susana Ribeiro
Tairone Vale
Cenário – Beli Araújo e Cesar Augusto
Figurino – Marcelo Olinto
Iluminação – Maneco Quinderé
Preparação Corporal – Andrea Jabor
Direção Musical – Marcello H.
Visagismo – Marcio Mello
Cenógrafa Assistente – Marieta Spada
Arranjo (Money Money) – Marcelo Alonso Neves
Programação Visual – Radiográfico
Assessoria de Imprensa – Catharina Rocha e Paula Catunda
Assessor de Mídias Sociais – Rafael Teixeira
Fotógrafa – Elisa Mendes
Assistente de Direção – João Gofman
Assistente de Fgurino – Rodrigo Reinoso
Assistente Preparação Corporal – Rodrigo Maia
Tingimentos – Almir França
Grafismo Textil – Sandro Vieira
Desenho de Som – Diogo Perdigão
Operador de Som – João Gofman
Operador de Luz – Lú de Oliveira
Diretor de Cena – Wallace Lima
Cenotécnico – Jessé, Iuri Wander e Fábio Lima
Montagem de Luz – Daniel Benevides, Russinho, Fernando Tuiuiu, Iuri Wander e Fábio Lima
Coordenação Financeira – Amanda Cezarina
Apoio de ensaio – Dalva Rocha
Produção Executiva – Bárbara Montes Claros
Direção de Produção e administração – Celso Lemos
Realização – Cia. do Atores

Espetáculo: “Insetos”
Temporada: De 22 de março a 6 de maio, de quarta a domingo.
Horários: de quarta a sexta, às 19h. Sábado, às 17h e 19h. Domingo, às 19h.
Local: CCBB Rio (Rua Primeiro de Março, 66 – Centro)
Salas C/D – Segundo andar.
Informações: (21) 3808-2020.
Capacidade: 116 lugares. Recomendação etária: 14 anos.
Duração: 80 minutos.
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
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