A peça é composta por três monólogos de três personagens solitários que, segundo o ator Mario Vedoya “vivem um momento especial em suas vidas, para o bem ou para o mal. O primeiro monólogo, de Cortázar, conta a história do primeiro ídolo esportivo argentino, Justo Suarez, El Torito Matadouro, um pugilista dos anos 20 do século passado. É contado por um “alguém” que, deitado em uma cama de hospital, se lembra da vida de El Torito, seus sucessos e fracassos. O segundo é um escritor de província, um poeta que recebe e-mails destinado à mulheres para o jornal onde ele trabalha. Ele diz que, geralmente as mulheres escrevem-lhe cartas sentimentais, que falam sobre a frustração de não poder se dedicar à literatura. Mas com o tempo começa a receber cartas de uma mulher excepcional. O terceiro é o testemunho chocante de um velho fazendeiro russo, após o acidente e da explosão do reator atômico de Chernobyl, onde viveu.”
Vedoya tem trabalhado com Sinisterra por 25 anos, já tendo feito mais de 10 peças com ele ao longo destes anos. Este é o segundo monólogo da dupla, após Vazio (Vacio) – apresentado no Brasil em 2011 – e que foi preparado ao longo de dois anos. “Com José Sanchis Sinisterra, grande mestre e amigo, somos amantes da palavra, e nele, a preocupação de transitar nesse território fronteiriço entre literatura e teatro tem sido uma tarefa a qual dedicou toda sua vida de criador cênico. No entanto, as diferenças de perspectivas (a cena e a escrita) obrigam a encontrar exercícios específicos, não sempre idênticos. Os exercícios, as ferramentas que trabalhamos neste espetáculo são as que me serviram ao longo destes quase dois últimos anos em que comecei a trabalhar primeiro com Julio Cortazar, com Piglia mais tarde e com J. J. Saer até este momento”, conta Vedoya.
A convite do Teatro Poeira, Mario Vedoya participa do PROJETO PUENTE ministrando a oficina Teatro e Literatura, Confluências e Dissonâncias, que acontece de 27 de agosto até 7 de setembro. Neste período ele apresenta no Teatro Poeira, Rua São João Batista 104, Botafogo, a estreia mundial de O Clube da Tragédia (El Club de la Tragedia), nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro, sexta e sábado às 21h e domingo às 19h. Em seguida a peça será apresentada em São Paulo.
SERVIÇO
O Clube da Tragédia (El Club de la Tragedia) | Textos de Julio Cortazar, Ricardo Piglia e Juan José Saer | Direção: José Sanchis Sinisterra | Interpretação: Mario Vedoya | Sinopse: O espetáculo é composto por três monólogos de personagens solitários que vivem um momento especial em suas vidas, para o bem ou para o mal. | Teatro Poeira - Rua São João Batista 104, Botafogo (tel. 2537-8053) | Temporada: 31 de agosto, 1 e 2 de setembro | Horário: sex. e Sab. às 21h, dom. às 19h | Entrada Franca | Distribuição de senhas 1 hora antes | 70 minutos | 18 anos | Únicas apresentações