Leitor voraz desde a primeira infância, Javier Rapp arriscou alguns rabiscos na adolescência, mas relutou a ver nisso uma vocação principal. Ao se mudar para a França, resolveu experimentar, em 1985, a literatura como objeto de estudo, ingressando no curso de Letras Modernas da Université de Grenoble III. Apaixonou-se e concluiu a graduação em Letras na UFRJ, em 1990, após retornar para o Brasil. Agora, lança seu primeiro livro: Distrações (Editora Scortecci), reunindo poemas que dialogam com a tradição e a contemporaneidade, transitando por diversas escolas estéticas e abordando temas variados, o que reflete a visão aberta e cosmpolita de um cidadão do mundo.
Composto de escritos antigos e esquecidos e de textos novos, a polissemia, explícita ou não, se destaca desde o título, como se espera que ocorra em qualquer obra poética. O jogo de figura e fundo faz surgir dentro do título a palavra “traços”. A imagem da capa, composta de desenhos primitivos elaborados com traços elementares, e a inscrição no frontispício parecem nos dizer que a obra é fruto de passatempos/divertimentos construídos com material muito simples. Ao mesmo tempo, sabemos que a arte rupestre era muito mais que um rabisco na parede das cavernas, detinha funções mágicas e/ou sagradas. Conclui-se que o autor aspira à simplicidade do elementar e ao absoluto do sagrado, numa síntese a que só a poesia pode chegar.
A origem é argentina, mas nos versos, há diversos sotaques, como o carioca de agora, um quê europeu e outro das Américas. Essa vida “globalizada” se reflete nas predileções de Javier na poesia: Charles Baudelaire, Federico García Lorca, Fernando Pessoa, Albano Martins, Augusto e Haroldo de Campos, Cecília Meireles, Paulo Leminski, Arnaldo Antunes, Vinícius de Moraes, Augusto dos Anjos e Carlos Drummond de Andrade. Assim como os dois últimos, o poeta concilia o amor às letras com a vida como servidor público.
“A poesia é a união de duas palavras que nunca se supôs que se pudesse juntar e que formam uma espécie de mistério”, escreveu certa vez García Lorca. Com Distrações chegando às prateleiras, Javier Rapp já começa a organizar outras uniões de palavras que aguardam sua vez de aparecer.
Sobre o autor Javier Rapp tem 49 anos, nasceu em Bariloche, Argentina. Desde 1976 vive no Rio. A mãe, a artista plástica Monina Rapp, ganhou espaço na imprensa carioca principalmente nas décadas de 80 e 90, e faz parte hoje de acervos importantes, como o do Museu Nacional de Belas Artes, do Centro Cultural Cândido Mendes e da Casa de Cultura Laura Alvim. O pai, o físico Raul Rapp, mudou-se algumas vezes com a família para desenvolver pesquisas em importantes institutos tecnológicos. Deixou o Brasil pela França em 1985, retornando um ano e meio depois. Lá iniciou seus estudos em Literatura, concluídos no Rio em 1990. Tornou-se mestre em Ciência da Literatura pela UFRJ, em 1995, com a dissertação Sade – As razões do paradoxo.
Serviço
Lançamento do livro Distrações, de Javier Rapp
Dia 16 de novembro, às 19h
Livraria Argumento - Rua Dias Ferreira, 417 – Leblon
Informações para a imprensa:
Bete Nogueira Assessoria de Imprensa | 21 99826-9001
Apoio: Agenda Cultural RJ
Divulgamos espetáculos, shows, festivais, exposições e muito mais!
Divulgação Cultural, Mídia Online, Distribuição de Filipetas e Colagem de Cartazes. (21)99676-9323 (WhatsApp)
agendaculturalrj@gmail.com
#agendaculturalrj