Com a bênção de Paulinho da Viola, padrinho e cofundador do projeto, o Timoneiros da Viola volta a aterrissar na Praça Paulo da Portela dia 31 de janeiro, em Oswaldo Cruz, neste 2016, quando completa cinco anos de história. O bloco, criado em 2012 pelo jornalista e pesquisador Vagner Fernandes, com o aval do próprio Paulinho, foi agraciado com o Prêmio Serpentina de Ouro de Melhor Bloco do Carnaval 2012, e, atualmente, é uma das mais importantes agremiações cariocas pela originalidade e importância de sua proposta de preservação de memória e prestação de homenagem ao autor de “Foi um rio que passou minha vida”. Para comemorar meia década de atividades, o Timoneiros celebrará Zé Kéti (1921-1999) neste Carnaval, ícone e gênio portelense, cultuado pela intelectualidade, aclamado por músicos e pelo público brasileiro.
— O Zé tem uma importância grande na minha trajetória. Foi ele e o Sérgio Cabral (pai) que me batizaram Paulinho da Viola, lá no Zicartola, restaurante que Dona Zica e Cartola mantiveram por 20 meses na Rua da Carioca, no Centro do Rio. Homenageá-lo é de fundamental importância — ressalta Paulinho.
Neste contexto preservacionista, porém não saudosista, o Timoneiros da Viola tem como objetivo o resgate da poesia e do lirismo dos antigos blocos carnavalescos do Rio de Janeiro, executando única e exclusivamente as mais belas composições de expoentes do gênero, como Bide, Marçal, Candeia, Nelson Cavaquinho, Cartola, Donga, João da Baiana, Pixinguinha e, claro, Paulinho da Viola, entre outros. O projeto envolve grupos de instrumentistas e compositores que desfilam pelas ruas de Oswaldo Cruz e Madureira, bairros famosos pela concentração das melhores rodas de samba da cidade e na qual estão sediadas duas das maiores agremiações do Carnaval carioca: Portela e Império Serrano. Neste ano, o Timoneiros volta a realizar sua festa na rua, na tradicional Praça Paulo da Portela, em frente à Portelinha, onde saiu pela primeira vez em 2012. E mantém a tradição de se apresentar no domingo que antecede à Folia do Momo. A data, como ressaltado acima, é 31 de janeiro, com concentração marcada para o meio-dia.
_ Zé Kéti tem todos os predicados que justificam uma homenagem desta grandeza. Possui uma obra incrível que perpassa o amor bucólico e puro, o cotidiano do mundo do samba, o dia-a-dia doméstico e a contestação política. É completo — explica Vagner Fernandes, presidente do Timoneiros da Viola.
A expectativa para o Carnaval 2016 é grande. E para a festa que tem arrastado multidões, o bloco conta com uma poderosa bateria e com integrantes do tradicional Exporta Samba, além do puxador Rixxa, incensado por sua voz de tenor (ele é conhecido como o Pavarotti do Samba). O intérprete é a voz oficial do Timoneiros e relembrará clássicos sambas da azul-e-branco de Madureira, como ‘Lendas e mistérios da Amazônia’ (1970), ‘Lapa em três tempos’ (1971), ‘Ilu Ayê (Terra da Vida)’ (1972), ‘Macunaíma’ (1975), ‘Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite’ (1981) e muitas outras preciosidades de bambas do samba, além de verdadeiros hinos de escolas coirmãs.
SERVIÇO
O que: Timoneiros da Viola
Quando: 31 de janeiro, domingo
Onde: Praça Paulo da Portela (em frente à Portelinha), Oswaldo Cruz
Hora: 12h (Concentração)
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