18 de jan. de 2018

Ex Africa, a maior mostra sobre arte africana contemporânea já realizada no Brasil, com trabalhos de 20 artistas, de oito países, numa cuidadosa seleção de mais de 80 obras; a entrada é gratuita e a exposição pode ser visitada por pessoas de todas as idades, no CCBBRJ, até 26/03/18

ÁFRICA CONTEMPORÂNEA É TEMA DE GRANDE




O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) recebe Ex Africa, a maior mostra sobre arte africana contemporânea já realizada no Brasil, com trabalhos de 20 artistas, de oito países, numa cuidadosa seleção de mais de 80 obras; a entrada é gratuita e a exposição pode ser visitada por pessoas de todas as idades até 26/03/18

à Fotos, vídeos, lista de obras, catálogo digital e outras informações:www.agenciagalo.com/exafrica

Rio de Janeiro, dezembro de 2017 - Feições hipnotizantes estampam autorretratos que ironizam vultos de um passado barroco. Metrópoles desoladoras são observadas através de janelas virtuais. Painéis e instalações de dimensões colossais, vídeo-arte e performances sonoras chamam atenção para conexões culturais profundas e permanentes de um continente com o resto do mundo. Essa é a África de hoje. A partir de 20 de janeiro de 2018, o CCBB do Rio de Janeiro sedia Ex Africa, a maior exposição de arte contemporânea africana realizada no Brasil. Em cartaz até 26 de março, a mostra pode ser vista, gratuitamente, de quarta a segunda-feira, entre 9h e 21h. O patrocínio é do Banco do Brasil, com apoio da BB DTVM.

Dezoito artistas de oito países africanos e dois brasileiros - Arjan Martins e Dalton Paula - assinam 80 obras que apresentam uma espécie de microcosmo da África. Fotografias, pinturas, esculturas, performances, vídeos e uma gigantesca instalação assinada pelo ganês Ibrahim Mahama (em cada cidade ele vai construir uma instalação particular, com materiais usados e doados por trabalhadores locais) se relacionam na exposição por meio de quatro eixos distintos: Ecos da História, Corpos e Retratos, O Drama Urbano e Explosões musicais.

A interseção desses eixos mostra que o continente africano vive um contínuo e efervescente processo de renovação criativa e artística, sublinha o curador da exposição, Alfons Hug. Ele conta ainda que esse raciocínio, que está por trás do conceito e do nome da exposição, partiu da frase Ex Africa semper aliquid novi, (da África sempre há novidades a reportar), cunhada há mais de 2 mil anos pelo escritor romano Caio Plínio.

“A arte contemporânea africana deu as costas a dois preconceitos longamente estabelecidos: de um lado o estigma do artesanato e da 'arte de aeroporto' e de outro as referências etnológicas. Ainda que não possam ser ignorados os efeitos do colonialismo, não deve ser subestimada a importância do intercâmbio artístico verificado na passagem do período colonial ao pós-colonial e, nesse contexto, a reação dos artistas em relação ao período que antecedeu a independência”, afirma o curador.

De acordo com ele, não causará surpresa, portanto, que as obras que integram Ex Africa apresentem uma relação com suas raízes na cultura nativa, no cristianismo e no islamismo; assim como fortes conexões com elementos da cultura inglesa, francesa, portuguesa, hispânica e árabe. “Em contraste com a arte ocidental, a arte contemporânea africana tem a vantagem de não precisar atender a nenhum cânone e poder orientar-se unicamente pelo aqui e agora”.



Tradição e modernidade
Uma crítica ácida ao colonialismo e ao tráfico de escravos estão em Ecos da História, primeira parte da exposição. Nela, destaca-se uma instalação formada por objetos do tempo do comércio de escravos (algemas, ferros de marcar, moedas, mandados de captura). Assinada pela artista nigeriana Ndidi Dike, a obra propõe uma obscura viagem no tempo, época impiedosa, marcada pelo sofrimento humano e pela cobiça.

As obras sugerem ainda uma reflexão amarga sobre a relação entre a pobreza, o desemprego, as recentes migrações e aspectos relacionados aos tempos dos navios negreiros. Não deixam de lembrar as imposições de uma cultura religiosa ocidental e herança colonial, evidenciada na série de fotografias de Leonce Raphael Agbodjélou, artista do Benim. Em parte de sua obra, ele evoca o Code Noir, decreto em que a administração colonial francesa da África Ocidental regulava a escravatura.

Cosmópoles

Paisagens desoladoras, ordem e caos, modernidade e ruínas. Esses e tantos outros contrates das metrópoles africanas estão nas obras de O Drama Urbano. Um dos destaques vai para a videoinstalação Ponte City, nome de um arranha-céu no centro de Joanesburgo. Assinada pelos artistas sul-africanos Mikhael Subotsky e Patrick Waterhouse, a obra é composta por 12 janelas digitais que simulam a vista do edifício marcado por histórias de decadência e gentrificação.

Karo Akpokiere, nascido em Lagos (maior cidade da Nigéria e uma das maiores do mundo) assina ilustrações, com fortes elementos da cultura pop, que fazem uma sátira à miríade de anúncios publicitários que invadem diariamente a megalópole e refletem modismos, o mercado e suas desigualdades, a política e negociatas de toda natureza.


Expressões do corpo

Cabelos trançados que lembram delicadas esculturas; retratos com ares ironicamente pomposos remetem a notáveis africanos que atuaram na Europa entre os séculos XVI e XIX. A força expressiva da estética corporal está nas fotografias, vídeos e instalações de Corpos e Retratos, recorte que traz os famigerados autorretratos do senegalês Omar Victor Diop e a série Hairdo Revolution(revolução do penteado), com fotografias em preto e branco do nigeriano Okhai Ojeikere.

Outro destaque do eixo Corpos e Retratos é a arte multifacetada do angolano Nástio Mosquito. Por meio de vídeos, performances, música experimental, instalações e poesia, o artista levanta questões em torno da fé, identidade, herança colonial, entre outros temas. “Para onde queremos ir? O que queremos construir?”, ele pergunta. “Não seja cool, seja relevante. E se conseguir ser cool de maneira relevante, melhor ainda”, diz. Na mostra ele apresenta uma videoinstalação da música Hilário.

Galerias musicais 

Do afrobeat de Fela Kuti, ao pop nigeriano, Explosões Musicais transforma uma das galerias de “Ex Africa” no “Clube Lagos”. Poder, sexo, riqueza e religião são temas habituais da música africana e ganham relevância nesta sala onde os clichês da world music dão lugar à autenticidade do Naija Pop. O New Afrika Shrine, de Femi Kuti, muito popular na cena nigeriana, também está entre os destaques.

*Integrando a programação da exposição Ex Africa, também será realizada no CCBB, no dia 22 de janeiro, uma mesa redonda sobre a produção artística e os caminhos entre Brasil e África. Mediado pelo curador Alfons Hug, o debate terá a participação do artista egípcio Youssef Limoud e do brasileiro Arjan Martins, que participou de uma exposição no Brazilian Quarter de Lagos (Nigéria).

à Fotos, vídeos, lista de obras, catálogo digital e outras informações:www.agenciagalo.com/exafrica


Ex Africa

CCBB Rio de Janeiro (Rua Primeiro de Março, 66 - Centro)

De 20 de janeiro a 26 de março | quarta a segunda-feira, 9h às 21h.

Informações: www.bb.com.br/cultura

Entrada gratuita
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