11 de ago. de 2012

Cia Solas de Vento apresenta espetáculos em Santos

Cia Solas de Vento apresenta espetáculos em Santos


Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues encenam o infantil premiado A Volta Ao Mundo em 80 Dias e o espetáculo adulto Homens de Solas de Vento
Coreografia circense aliada ao tema viagem é a característica principal do trabalho da Cia. Solas de Vento, que conta com os atores Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues. O grupo fará duas apresentações no dia 12 de agosto no Teatro SESC, em Santos, litoral paulista. Às 16h30, entra em cena a premiada peça infantil A Volta Ao Mundo em 80 Dias (Femsa e APCA 2011, direção de Carla Candiotto). . Às 20hs, será a vez do espetáculo adulto Homens de Solas de Vento.
“É a oportunidade de mostrar o trabalho da Cia e comemorar os cinco anos de estrada. Queremos oferecer os dois trabalhos para um público novo e ao mesmo tempo contemplar o público da Grande São Paulo que não conseguiu acompanhar as temporadas que aconteceram na Capital. É um privilégio mostrar nossa maneira de fazer teatro, de contar uma história”, conta Ricardo Rodrigues. Ambos os espetáculos estiveram em cartaz em São Paulo este ano com temporadas bem-sucedidas.
A Volta ao Mundo em 80 DiasCom direção da premiada Carla Candiotto, espetáculo foi sucesso de crítica e de público, além de ter premiado o ator Bruno Rudolf na categoria de Melhor Ator de espetáculo Infantil no FEMSA e APCA e a diretora Carla Candiotto como melhor diretora no Prêmio APCA.

Na trama, a extraordinária aventura de Mr. Fog – um Lord inglês apaixonado por geografia e Passepartout  – seu criativo criado francês começa quando Mr. Fog decide dar a Volta ao Mundo em 80 dias. Mas eles não contavam com a aparição do misterioso Mr. Fix, que durante toda a trama surge de forma inusitada para atrapalhar a viagem dos dois aventureiros.
É dada a partida para uma grande viagem repleta de peripécias, na qual a dupla corre contra o tempo e contra as armadilhas provocadas por Mr. Fix. A historia é contada pelos dois atores que, para dar vida a todos os personagens, utilizam técnicas acrobáticas, dança e comedia.
O enredo é baseado na obra literária de Júlio Verne. A concepção da montagem foi idealizada por Carla Candiotto e Solas de Vento a partir de um jogo de Tangram, que é um quebra-cabeça chinês. Os dois atores manipulam peças de sucata de ferro para construir os diversos lugares e transportes usados na viagem. “Utilizamos peças de ferro e sucatas para a construção de cada cenário, criando novas imagens. Imagens essas recriadas a cada episódio da história”, explica a diretora.
“Depois de passar pelo roteiro de ações da história, começamos a criação do nosso Tangram, o fio narrativo que trouxe unidade ao espetáculo, sem comprometer a inventividade fantasiosa que o autor propõe”, conta a diretora Carla Candiotto. Como e onde essas peças de sucata poderiam se transformar num trem, num barco ou até mesmo num elefante, seriam as próximas descobertas.

A encenação usa recurso de três câmeras de vídeo e projeção ao vivo, o que cria cenas inusitadas e traz uma dimensão fantástica aos episódios da historia. As imagens são transferidas do chão diretamente para a parede de fundo do teatro, dando a sensação de os atores estarem em um trem ou barco. Para contar essa história, os atores, que são circenses e dançarinos, partem de um lugar não definido e, ao longo do tempo, como têm necessidade de chegar em 80 dias, inventam e transformam seus transportes de um país ao outro para poderem realizar essa aventura.

De acordo com a diretora, “esse quebra-cabeça, é um instrumento facilitador da compreensão da história e desenvolve a criatividade e o raciocínio de criança. Espero que o resultado se transforme num exercício de criatividade e cumplicidade entre o público e os atores, e que pais e filhos descubram que dar a volta ao mundo em 80 dias seja uma idéia possível.”




Créditos: Mariana Chama


A Volta Ao Mundo em 80 Dias
Adaptação livre do romance homônimo de Julio Verne. Criação: Carla Candiotto e Solas de Vento. Direção: Carla Candiotto. Texto: Carla Candiotto e Pedro Guilherme. Elenco: Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues. Coreografia: Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues. Direção de Arte e Cenografia: Lu Bueno. Ilustrações: Iara Jamra. Figurinos: Olintho Malaquias. Trilha sonora original: Exentrimusic. Iluminação: Wagner Freire. Operação de Vídeo: Bruno Bachy. Operação de Audio: Luana Alves. Operação de luz: Roseli Martineli, Tamiris Alves e Amanda Felisbino Fotografia: Mariana Chama. Produção: Aymberê Produções Artística LTDA. Gestão Cultural: Doble Cultura + Social. Programação Visual: Sato – casadalapa. Duração: 65 minutos. Realização: Solas de Vento. Recomendado para crianças a partir de 04 anos.

SANTOS – Dia 12 de agosto às 16h30

Teatro SESC - Rua Conselheiro Ribas, 136 - Santos – SP
Telefone: (13) 3278-9800. R$4,00 R$2,00 (usuário inscrito no Sesc e dependentes) e R$1,00 (Trabalhador no comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes).




Créditos: Mariana Chama



Homens de Solas de Vento
Sob direção de Rodrigo Matheus - fundador do Circo Mínimo – a dupla de atores, que são circenses e bailarinos, Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues, alternam cenas cômicas e momentos imagéticos para contar a história de dois estrangeiros presos na sala de imigração de um aeroporto. Sem uso da palavra, a dupla utiliza técnicas de circo, dança e teatro em uma trama que aproxima a vida desses dois estranhos. “Os atores criaram um espetáculo contundente, imaginativo e belo. Foi muito bacana dirigi-los, eu já os conhecia de outras peças e sabia de suas qualidades”, explica o diretor.

“É uma encenação que tem uma multiplicidade de leituras, pode ser um branco e um negro, um europeu ou um latino, qualquer pessoa independente da nacionalidade. Envolve uma relação de convivência, aproximação, brigas, algo que está na vida de todo ser humano”, diz Bruno Rudolf.

Ricardo Rodrigues comenta um dos diferenciais do espetáculo. “O trabalho de dança é muito presente em nossos corpos e desenha a movimentação de cada cena, o corpo ganha clareza na hora de passar a informação e o circo é o elemento que traz magia, leveza e ganha até um lado cartunesco.”

Música e iluminação também interferem em cena ao simbolizar um órgão de vigilância que verifica se os dois homens estão se comportando nessa sala isolada. A trilha sonora foi composta originalmente para a peça por Marcelo Lujan, integrante do Circo Amarillo e do Circo Zanni. Algumas músicas foram criadas ao vivo em cima da movimentação dos atores na sala de ensaio. Outras, encomendadas para expressar características de cada personagem e exprimem sentimentos como medo, frio, estranhamento, calor, encontro, solidão ou nostalgia. Os sons foram tirados de instrumentos como acordeão, pandeiro, piano, guitarra, baixo, violão e passam por ritmos como valsa, bossa, entre outros.

Ao longo do espetáculo, são utilizadas trilhas incidentais que se encaixam perfeitamente com as notas musicais, como, por exemplo, sons de goteiras, de avião, de vento, das portas das salas administrativas. Para Rudolf, o argentino Lujan usa sua própria experiência de “estrangeiro” para criar um universo musical próprio. São canções que trazem emoção na condução da jornada desses dois homens.

Durante a peça, impossibilitados de seguir seus caminhos, os personagens tentam se instalar contando apenas com uma mala, cada um. Um recurso que abre um universo cheio de imaginação com adereços cênicos e coloridos ao fazer a composição do cenário. Os elementos enchem os espaços vazios e se transformam, abrindo possibilidades para a encenação aérea com trapézio, rede e objetos como roupas, plantas, livros, quaisquer itens que tragam valor afetivo para os personagens.

Uma curiosidade, as malas sólidas de madeira foram feitas pelos pais dos atores. Algo que acrescentou um caráter ainda mais íntimo ao espetáculo. “Esse aspecto tem a ver com a partida de casa, suas raízes, o local que lhe traz identidade”, explica Rudolf.

Na composição de figurino, calças e sapatos ganham cores e modelos iguais para os atores. Um recurso que deixa a plateia se perguntando quem está no comando dos movimentos quando ambos interagem na hora das acrobacias. Ocasião que simboliza a troca de experiências entre eles e a disponibilidade para conhecer um mundo novo.

Homens de Solas de Vento é apresentado pela Usiminas e tem co-patrocínio da Te Connectivity e apoio da Razzo. Já A Volta ao Mundo em 80 Dias é apresentado pela Usiminas e tem co-patrocínio da Akzo Nobel. Esse é um projeto aprovado pelo Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Programa de Ação Cultural 2011.




Créditos: Mariana Chama

  
Sobre Cia Solas de Vento
Ao conhecerem suas criações individuais, Bruno Rudolf e Ricardo Rodrigues identificaram uma prática semelhante e um olhar sobre o fazer teatral. Nas criações do duo, as habilidades acrobáticas e a dança, aliadas ao preparo do ator, oferecem novos recursos ao ator de contar uma história. Dessa simbiose de possibilidades corporais nasce uma única linguagem plural, em que o corpo é motor da dramaturgia. Os artistas trabalharam em parceria com as companhias Circo Mínimo, Cia. Druw, Linhas Aéreas, Circo Zanni, Trixmix Cabaret, Núcleo de Artérias e com os diretores Francisco Medeiros, Cristiane Paoli Quito e Carla Candiotto.

Ricardo Rodrigues
Ator Graduado pela USJT/1996, em São Paulo. Artista circense desde 1999, nas especialidades de técnicas aéreas e palhaço, vem atuando em espetáculos que aliam o teatro e a dança às técnicas circenses.

Bruno Rudolf
Bailarino, formado pelo Conservatório de Dança de Mulhouse (França), reside no Brasil desde 2001. Ainda na França, estudou teatro físico, mímica clássica e técnicas circenses (acrobacia e malabarismo). Em solo brasileiro, se especializou em técnicas aéreas e estudou palhaço. Vencedor do Prêmio APCA 2011 por A Volta ao Mundo em 80 Dias.