A premiada peça “Meus Cabelos de Baobá”, escrita e protagonizada pela atriz e pesquisadora Fernanda Dias, com direção de Vilma Melo, segue ampliando fronteiras e colecionando reconhecimentos dentro e fora do Brasil.
Com uma dramaturgia sensível e profundamente conectada à ancestralidade africana, o espetáculo vem se destacando pela força estética e pela relevância de seu discurso. Inspirada na simbologia do baobá, árvore milenar que representa resistência, sabedoria e ancestralidade, a obra narra a trajetória de Dandaluanda, uma menina que encontra nas raízes de sua história o caminho para o autoconhecimento e a afirmação de sua identidade negra.
Ao unir poesia, canto, corpo e espiritualidade, “Meus Cabelos de Baobá” transcende o teatro e se transforma em um manifesto de celebração da mulher negra, das tradições africanas e da força transformadora da arte. Essa potência artística vem sendo reconhecida em importantes festivais, o que rendeu à montagem diversas premiações e convites internacionais — incluindo sua participação na I Mostra de Teatro Brasil no Chapitô, em Lisboa (Portugal), e no 7º FESTIJ – Festival Internacional de Teatro para a Infância e Juventude, em Cabo Verde e Angola.
Apresentada em palcos de diferentes cidades brasileiras e até em Berlim (Alemanha), a peça se tornou uma das referências contemporâneas do teatro afro-brasileiro. O espetáculo é celebrado pela crítica e pelo público por sua abordagem poética sobre empoderamento, autoaceitação, identidade e pertencimento.
Segundo Fernanda Dias, a premiação é fruto de um trabalho coletivo que ultrapassa fronteiras:
> “Receber reconhecimento por uma obra que nasce das nossas raízes é reafirmar o poder da arte como ponte entre culturas. Levar essa história para o mundo é, antes de tudo, um ato de amor e resistência.”
Com uma linguagem cênica que mistura elementos da tradição oral africana e uma trilha sonora original pulsante, “Meus Cabelos de Baobá” é um convite à reflexão e à valorização da herança cultural afro-brasileira. Uma história que nasceu no Brasil, ecoou na Europa e agora floresce também no continente africano — como o próprio baobá, que resiste e se renova a cada estação.