8 de mai. de 2018

“as pessoas estão confusas por receberem grande quantidade de notícias falsas. Sejam impressas, online, no celular ou em vídeo.”


Debora Lamm dirige “LTDA.”, espetáculo inédito com dramaturgia de Diogo Liberano e atuação do Coletivo Ponto Zero

“LTDA.” discute o fenômeno das “fake news”
Estreia dia 5 de abril, no Teatro Eva Herz do Rio de Janeiro
Atriz do “Zorra”, Debora Lamm dirige sua quinta peça teatral

O Teatro Eva Herz recebe, de 5 de abril a 26 de maio de 2018, quinta a sábado, às 19h, o espetáculo “LTDA.”, com direção de Debora Lamm, dramaturgia de Diogo Liberano e atuação do Coletivo Ponto Zero. A obra inédita busca lançar um olhar sobre a condição humana em tempos de pós-verdade e pós-ética.

– Escolhi dirigir “LTDA.” por entender que o teatro é um espaço democrático, um lugar essencial para fomentar relevantes debates sobre o momento sombrio em que atravessamos –, comenta Debora Lamm

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Segundo publicação recente da Associação Nacional de Editores de Revistas - ANER, “as pessoas estão confusas por receberem grande quantidade de notícias falsas. Sejam impressas, online, no celular ou em vídeo.”

A história da peça: Em um edifício empresarial, um jovem recém-formado em jornalismo aguarda ansioso para a sua primeira entrevista de emprego. A empresa, que aparenta ser uma agência de jornalismo, aos poucos revela seus reais propósitos. Uma das antigas funcionárias, aquela que recebe o futuro novo empregado, manifesta o motivo de ainda estar ali: ela pretende ser demitida para, finalmente, abrir o seu próprio negócio. Na sala dos sócios fundadores da empresa, o rapaz é entrevistado e o serviço é exposto de maneira clara e inconfundível: “você será (bem) pago para inventar e divulgar notícias com o objetivo de expandir o mercado das empresas que contratam nossos serviços”. Porém, nada é assim tão simples e, pouco a pouco, a empresa vai ruindo porque as mentiras não são produtos apenas para os clientes, são também a engrenagem através da qual essa empresa funciona. É ano de eleição no Brasil: a situação se agrava quando uma famosa figura pública, aspirante à presidência, compra os serviços da empresa. O que aconteceria se toda e qualquer verdade inventada virasse um fato?

– Mais uma vez, venho através de uma dramaturgia colocar em questão o ser humano e a sua ganância por dinheiro e poder. No caso desta criação, manifesto o meu espanto com o grande comércio que se tornou a produção de notícias falsas” –, comenta Diogo Liberano

O espetáculo busca compor que tipo de força se pode fazer contra esse movimento tão violento de seres humanos agindo contra seres humanos, destruindo valores comuns e a possibilidade de uma vida em sociedade. Eis então que Liberano sugere o amor. O amor filosófico, o amor que tolera e se interessa pelas diferenças, contradições e mesmo paradoxos da vida; o amor pela amizade.

– O amor é, hoje, para mim, talvez o único modo para lidar com o ódio desenfreado e que vem marcando a nossa vida cotidiana. Por isso, apresento um personagem que vai costurando a dramaturgia e oferecendo a possibilidade de nos relacionarmos mais com aquilo que, a princípio, julgamos ser negativo” –, completa Diogo Liberano

O ator e produtor Lucas Lacerda, também integrante do Coletivo Ponto Zero, comenta: “queríamos uma dramaturgia brasileira, que fosse construída no presente para o presente. Para falar sobre a atualidade não se pode ter medo de mergulhar na lama. Estudamos o cenário político do país, pesquisamos sobre os meios de manipulação da informação e nos deparamos com a pós-verdade. Com este mote, estamos costurando teias que desconstroem as fronteiras e limitações entre ator e personagem, ficção e realidade, público e representação, real e imaginário.”


Debora Lamm
Atriz da Rede Globo, no ar com o humorístico “Zorra”, Debora Lamm está no longa metragem de Júlia Rezende, “Como é cruel viver assim”, que participou do festival de Miami, vai participar dos festivais de Chicago e Paris, no Brasil estreia em agosto. Debora continua viajando com os espetáculos “Mata teu pai” de Grace Passô e “5x comédia” de Antônio Prata, Gregório Duvivier, Jô Bilac, Julia Spadaccini e Pedro Kosovski. O espetáculo “LTDA.” é seu quinto trabalho como diretora, os anteriores foram: “Ricardo” (2013), “O Palhaço da Guerra” (2014), “Pedro Malazarte e a Arara Gigante” (2014) e “Abacaxi” (2017). Cria do O Tablado e com 11 indicações à prêmios de teatro como atriz e como diretora, tem 4 troféus no currículo. Participou de mais de 30 espetáculos entre eles: “Fatal” de Jô Bilac, “El Pânico” de Rafael Spregelburd, “Infância, Tiros e Plumas” de Jô Bilac, “Cock - Briga de Galo” de Mike Bartlett, “Maravilhoso” de Diogo Liberano, “O Médico e o Monstro” de Georg Osterman, “Os Mamutes” de Jô Bilac e as “Conchambranças de Quaderna” de Ariano Suassuna. É integrante da Cia OmondÉ desde sua formação. No cinema foi protagonista do sucesso de bilheteria “Muita Calma Nessa Hora” e do premiado “Seja o Que Deus Quiser” de Murilo Sales. Durante 4 anos, ao lado de Bruno Mazzeo, atuou no primeiro programa de dramaturgia da TV a Cabo brasileira, o sucesso “Cilada”. Na TV Globo trabalhou com Mauricio Farias, Dennis Carvalho, Denise Saraceni, Gilberto Braga, Felipe Miguez, Isabel de Oliveira, Guel Arraes, entre outros, em séries e novelas como “Geração Brasil”, “Celebridade”, “Sabor da Paixão”, “Um Anjo Caiu do Céu”, “Junto e Misturado” e, atualmente, é uma das protagonistas do humorístico “Zorra”.


Coletivo Ponto Zero

O Coletivo Ponto Zero é composto por artistas baianos radicados no Rio de Janeiro: Brisa Rodrigues, Brunna Scavuzzi e Lucas Lacerda. Seu primeiro espetáculo, “Curral Grande”, resgatou a história sobre os campos de concentração existentes no Ceará, durante a seca de 1932. O que movia esses artistas naquele momento era apresentar uma ferida desconhecida e principalmente investigar junto a obra os processos de higienização social presentes nos dias de hoje, tendo em vista os reflexos de um passado recalcado socialmente no Brasil. Para realizar o segundo espetáculo, a multiplicação de discursos e opiniões agressivas relacionadas à ganância pelo poder lhes parecia ser urgente e preenchia seus desejos de falar sobre a atual condição humana. Assim o Coletivo Ponto Zero se junta a Debora Lamm, Diogo Liberano e aos atores convidados, Leandro Soares e Orlando Caldeira, para trazer à cena teatral seus olhares a respeito de uma das mais profundas mazelas sócio-políticas da atualidade: a manipulação da informação.

Ficha Técnica
Dramaturgia: Diogo Liberano
Direção: Debora Lamm
Direção de Produção: Lucas Lacerda
Elenco: Brisa Rodrigues, Brunna Scavuzzi, Leandro Soares, Lucas Lacerda e Orlando Caldeira
Direção de Movimento: Denise Stutz
Criação Sonora: Marcelo H
Figurino: Ticiana Passos
Visagismo: Josef Chasilew
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Cenário: Debora Lamm
Assistente de Direção: Junior Dantas
Assistente de Figurino: Brisa Rodrigues
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Daniel de Jesus
Fotos de Divulgação: Ricardo Borges
Making Off: Mika Makino e Tatiana Delgado
Marketing Digital: Eddesign - Maria Alice Edde
Produção Executiva: Geovana Araujo Marques
Assistente de Produção: Julia Kruger e Naomi Savage
Gestão Fnanceira: Carlos Darzé e Lucas Lacerda
Realização: Coletivo Ponto Zero

Serviço

Nome do espetáculo: LTDA.
Local: Teatro Eva Herz (Livraria Cultura) – Rua Senador Dantas, 45, Centro, Rio de Janeiro
(próximo ao Metrô e VLT Estação Cinelândia)
Informações/tel.: 3916-2600
Temporada: 5 de abril a 26 de maio, quinta a sábado às 19h
(NÃO HAVERÁ APRESENTAÇÃO NO DIA 21 DE ABRIL)
Ingresso: R$ 40,00 (com meia entrada para os casos previstos em lei)
Vendas pela internet: https://www.ingressorapido.com.br
Capacidade de público: 178 pessoas
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 70 minutos

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