1 de mai. de 2018

Escolhi dirigir “LTDA.” por entender que o teatro é um espaço democrático, um lugar essencial para fomentar relevantes debates sobre o momento sombrio em que atravessamos –, comenta Debora Lamm


Debora Lamm dirige “LTDA.”, espetáculo inédito com dramaturgia de Diogo Liberano e atuação do Coletivo Ponto Zero

“LTDA.” discute o fenômeno das “fake news”
Estreia dia 5 de abril, no Teatro Eva Herz do Rio de Janeiro
Atriz do “Zorra”, Debora Lamm dirige sua quinta peça teatral

O Teatro Eva Herz recebe, de 5 de abril a 26 de maio de 2018, quinta a sábado, às 19h, o espetáculo “LTDA.”, com direção de Debora Lamm, dramaturgia de Diogo Liberano e atuação do Coletivo Ponto Zero. A obra inédita busca lançar um olhar sobre a condição humana em tempos de pós-verdade e pós-ética.

– Escolhi dirigir “LTDA.” por entender que o teatro é um espaço democrático, um lugar essencial para fomentar relevantes debates sobre o momento sombrio em que atravessamos –, comenta Debora Lamm

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Segundo publicação recente da Associação Nacional de Editores de Revistas - ANER, “as pessoas estão confusas por receberem grande quantidade de notícias falsas. Sejam impressas, online, no celular ou em vídeo.”

A história da peça: Em um edifício empresarial, um jovem recém-formado em jornalismo aguarda ansioso para a sua primeira entrevista de emprego. A empresa, que aparenta ser uma agência de jornalismo, aos poucos revela seus reais propósitos. Uma das antigas funcionárias, aquela que recebe o futuro novo empregado, manifesta o motivo de ainda estar ali: ela pretende ser demitida para, finalmente, abrir o seu próprio negócio. Na sala dos sócios fundadores da empresa, o rapaz é entrevistado e o serviço é exposto de maneira clara e inconfundível: “você será (bem) pago para inventar e divulgar notícias com o objetivo de expandir o mercado das empresas que contratam nossos serviços”. Porém, nada é assim tão simples e, pouco a pouco, a empresa vai ruindo porque as mentiras não são produtos apenas para os clientes, são também a engrenagem através da qual essa empresa funciona. É ano de eleição no Brasil: a situação se agrava quando uma famosa figura pública, aspirante à presidência, compra os serviços da empresa. O que aconteceria se toda e qualquer verdade inventada virasse um fato?

– Mais uma vez, venho através de uma dramaturgia colocar em questão o ser humano e a sua ganância por dinheiro e poder. No caso desta criação, manifesto o meu espanto com o grande comércio que se tornou a produção de notícias falsas” –, comenta Diogo Liberano

O espetáculo busca compor que tipo de força se pode fazer contra esse movimento tão violento de seres humanos agindo contra seres humanos, destruindo valores comuns e a possibilidade de uma vida em sociedade. Eis então que Liberano sugere o amor. O amor filosófico, o amor que tolera e se interessa pelas diferenças, contradições e mesmo paradoxos da vida; o amor pela amizade.

– O amor é, hoje, para mim, talvez o único modo para lidar com o ódio desenfreado e que vem marcando a nossa vida cotidiana. Por isso, apresento um personagem que vai costurando a dramaturgia e oferecendo a possibilidade de nos relacionarmos mais com aquilo que, a princípio, julgamos ser negativo” –, completa Diogo Liberano

O ator e produtor Lucas Lacerda, também integrante do Coletivo Ponto Zero, comenta: “queríamos uma dramaturgia brasileira, que fosse construída no presente para o presente. Para falar sobre a atualidade não se pode ter medo de mergulhar na lama. Estudamos o cenário político do país, pesquisamos sobre os meios de manipulação da informação e nos deparamos com a pós-verdade. Com este mote, estamos costurando teias que desconstroem as fronteiras e limitações entre ator e personagem, ficção e realidade, público e representação, real e imaginário.”


Debora Lamm
Atriz da Rede Globo, no ar com o humorístico “Zorra”, Debora Lamm está no longa metragem de Júlia Rezende, “Como é cruel viver assim”, que participou do festival de Miami, vai participar dos festivais de Chicago e Paris, no Brasil estreia em agosto. Debora continua viajando com os espetáculos “Mata teu pai” de Grace Passô e “5x comédia” de Antônio Prata, Gregório Duvivier, Jô Bilac, Julia Spadaccini e Pedro Kosovski. O espetáculo “LTDA.” é seu quinto trabalho como diretora, os anteriores foram: “Ricardo” (2013), “O Palhaço da Guerra” (2014), “Pedro Malazarte e a Arara Gigante” (2014) e “Abacaxi” (2017). Cria do O Tablado e com 11 indicações à prêmios de teatro como atriz e como diretora, tem 4 troféus no currículo. Participou de mais de 30 espetáculos entre eles: “Fatal” de Jô Bilac, “El Pânico” de Rafael Spregelburd, “Infância, Tiros e Plumas” de Jô Bilac, “Cock - Briga de Galo” de Mike Bartlett, “Maravilhoso” de Diogo Liberano, “O Médico e o Monstro” de Georg Osterman, “Os Mamutes” de Jô Bilac e as “Conchambranças de Quaderna” de Ariano Suassuna. É integrante da Cia OmondÉ desde sua formação. No cinema foi protagonista do sucesso de bilheteria “Muita Calma Nessa Hora” e do premiado “Seja o Que Deus Quiser” de Murilo Sales. Durante 4 anos, ao lado de Bruno Mazzeo, atuou no primeiro programa de dramaturgia da TV a Cabo brasileira, o sucesso “Cilada”. Na TV Globo trabalhou com Mauricio Farias, Dennis Carvalho, Denise Saraceni, Gilberto Braga, Felipe Miguez, Isabel de Oliveira, Guel Arraes, entre outros, em séries e novelas como “Geração Brasil”, “Celebridade”, “Sabor da Paixão”, “Um Anjo Caiu do Céu”, “Junto e Misturado” e, atualmente, é uma das protagonistas do humorístico “Zorra”.


Coletivo Ponto Zero

O Coletivo Ponto Zero é composto por artistas baianos radicados no Rio de Janeiro: Brisa Rodrigues, Brunna Scavuzzi e Lucas Lacerda. Seu primeiro espetáculo, “Curral Grande”, resgatou a história sobre os campos de concentração existentes no Ceará, durante a seca de 1932. O que movia esses artistas naquele momento era apresentar uma ferida desconhecida e principalmente investigar junto a obra os processos de higienização social presentes nos dias de hoje, tendo em vista os reflexos de um passado recalcado socialmente no Brasil. Para realizar o segundo espetáculo, a multiplicação de discursos e opiniões agressivas relacionadas à ganância pelo poder lhes parecia ser urgente e preenchia seus desejos de falar sobre a atual condição humana. Assim o Coletivo Ponto Zero se junta a Debora Lamm, Diogo Liberano e aos atores convidados, Leandro Soares e Orlando Caldeira, para trazer à cena teatral seus olhares a respeito de uma das mais profundas mazelas sócio-políticas da atualidade: a manipulação da informação.

Ficha Técnica
Dramaturgia: Diogo Liberano
Direção: Debora Lamm
Direção de Produção: Lucas Lacerda
Elenco: Brisa Rodrigues, Brunna Scavuzzi, Leandro Soares, Lucas Lacerda e Orlando Caldeira
Direção de Movimento: Denise Stutz
Criação Sonora: Marcelo H
Figurino: Ticiana Passos
Visagismo: Josef Chasilew
Iluminação: Ana Luzia de Simoni
Cenário: Debora Lamm
Assistente de Direção: Junior Dantas
Assistente de Figurino: Brisa Rodrigues
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Programação Visual: Daniel de Jesus
Fotos de Divulgação: Ricardo Borges
Making Off: Mika Makino e Tatiana Delgado
Marketing Digital: Eddesign - Maria Alice Edde
Produção Executiva: Geovana Araujo Marques
Assistente de Produção: Julia Kruger e Naomi Savage
Gestão Fnanceira: Carlos Darzé e Lucas Lacerda
Realização: Coletivo Ponto Zero

Serviço

Nome do espetáculo: LTDA.
Local: Teatro Eva Herz (Livraria Cultura) – Rua Senador Dantas, 45, Centro, Rio de Janeiro
(próximo ao Metrô e VLT Estação Cinelândia)
Informações/tel.: 3916-2600
Temporada: 5 de abril a 26 de maio, quinta a sábado às 19h
(NÃO HAVERÁ APRESENTAÇÃO NO DIA 21 DE ABRIL)
Ingresso: R$ 40,00 (com meia entrada para os casos previstos em lei)
Vendas pela internet: https://www.ingressorapido.com.br
Capacidade de público: 178 pessoas
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 70 minutos

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