As peças contam histórias reais vividas pelos jovens moradores da Maré, como por exemplo o preconceito que existe no mercado de trabalho em relação ao morador de comunidades pobres ou questões de gênero, como o machismo e o assédio sexual. A discussão sobre preconceito e machismo segue mesmo depois da peça terminada. A técnica usada é o Teatro Fórum, que leva para além do palco as questões da sociedade que precisam ser mudadas. Assim, para fortalecer o diálogo entre o oprimido e o opressor, o curinga, como são chamados os facilitadores dos grupos, pergunta ao público como eles resolveriam o impasse. Mas não basta o espectador dizer o que faria, ele tem que subir no palco e mostrar. Neste momento um espectador substitui o ator na cena interpretando a alternativa pensada. Em seguida o público discute se aquela alternativa colabora na solução. Muitas alternativas podem existir e outros espectadores entram em cena. Nesse momento a improvisação é que vale. A principal característica dos espetáculos é essa participação.
A Roda de Conversa Direitos de Gênero pretende aprofundar a discussão levantada nos espetáculos “Em uma familia” e “Marcha Borboleta”, com participação de Amanda Palma do Núcleo de Mulheres Jovens da CANTRA – Casa da Mulher Trabalhadora e Mônica Francisco, colunista do Jornal do Brasil e representante da Rede de Instituições do Boerl. Com as especialistas na temática junto a organizações da sociedade civil, o debate será abrasado com a plateia e mediado pela socióloga e Curinga do CTO Monique Rodrigues.
A Roda de Conversa Direito à Cidade pretende aprofundar a discussão sobre o tema do preconceito ao morador da favela e seu acesso à cidade enquanto espaço político social levantado pelo espetáculo “A resposta só é não?” com participação de Michelle Lacerda, da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e Gizele Carolina, repórter de O Cidadão – A comunicação comunitária do conjunto de Favelas da Maré, seguidas de debate mediado pelo jornalista e Curinga do CTO Alessandro Conceição.
Teatro do Oprimido na Maré
Desde o início de 2014 o Centro de Teatro do Oprimido - CTO realiza no Complexo de Favelas da Maré o Projeto “Teatro do Oprimido na Maré”. Patrocinado pela PETROBRAS por meio do Programa Petrobras Socioambiental e da SENAD - Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas/Ministério da Justiça por meio do Programa Viva Jovem, as atividades acontecem com a participação da juventude local que através do teatro faz a leitura estética da realidade em que vive buscando conhecer, debater, propor e intervir com novas formas de atuação comunitária. A partir da metodologia do Teatro do Oprimido, criado pelo teatrólogo Augusto Boal, e internacionalmente reconhecido, os oprimidos podem discutir sua realidade no teatro para propor uma transformação real em suas vidas.
Nos primeiros meses de atuação na Maré, em início de 2014, o Projeto “Teatro do Oprimido na Maré” realizou dezenas de oficinas demonstrativas do método em diversas localidades da comunidade. Dessas oficinas foram selecionados 35 jovens, entre 15 e 20 anos, todos moradores da Maré, para a formação de três grupos de Teatro do Oprimido, os chamados GTOs. Esses jovens receberam oficinas na metodologia do Teatro do Oprimido, participaram de aulas de musicalização, cenografia, poesia e cultura digital. A partir do início de 2015, os GTOs Maré 12, Marear e Maremoto, acompanhados de profissionais de som e imagem, referências para a criação sonora e cenográfica, montaram seus espetáculos, cujos temas são ligados as “problemáticas” do cotidiano dos jovens que moram na Maré. A escolha da temática do espetáculo e a concepção do texto foram dos próprios jovens, como é usual do método.
O Teatro do Oprimido colabora para que o cidadão se torne protagonista da própria vida. Segundo Augusto Boal: “O primeiro princípio do Teatro do Oprimido é transformar o espectador, que é um ser passivo, em ator, que é um ser ativo. Nós procuramos transformar uma pessoa que não faz nada numa pessoa que determina as coisas que serão feitas.”
As apresentações públicas dos espetáculos de Teatro-Fórum acontecem de maio até novembro de 2015 em diversas localidades do Complexo da Maré e em novembro os três grupos se encontram para participarem do “Festival Juventude da Maré” a ser realizado um teatro no Centro da Cidade do Rio de Janeiro. As apresentações são sempre com entrada gratuita.
Mais informações no site http://www.ctorio.org.br/ctomare
Serviço
#Ocupa Jovem – Encontro Juventude do Teatro do Oprimido na Maré
Data: 20 de junho, Sábado, de 10h às 16:30h.
Local: Arena Carioca Dicró – Parque Ary Barroso, Rua Flora Lôbo s/nº, Penha Circular (tel. 3486-7643)
10h – Apresentação do espetáculo de Teatro-Fórum “A Resposta só é não?” com o GTO Marear.
11h – Apresentação do espetáculo de Teatro-Fórum “Marcha Borboleta” com o GTO Maremoto.
12h – Roda de Conversa Direitos de Gênero
13h às 14h (intervalo)
14h – Apresentação do espetáculo de Teatro-Fórum “Em uma família” com o GTO Maré 12.
15h – Roda de Conversa Direito à Cidade
16h – Plenária do Projeto Teatro do Oprimido na Maré
Classificação LIVRE
Ingressos GRÁTIS
Espetáculos e ficha técnica
A RESPOSTA SÓ É NÃO?
Texto e Músicas: Criação coletiva GTO Marear
Sinopse: A peça de Teatro-Fórum fala do preconceito sofrido por moradores de favela no mercado de trabalho. Diogo, morador da Maré consegue um emprego numa multinacional. Porém, ao descobrirem sua origem, é demitido. A partir daí, a plateia é convidada a substituir o protagonista e no lugar dele, propor alternativas.
Elenco/GTO Marear: Carina Santos, David Carvalho, Gabriel Horsth, Gabriel Affonso, Gustavo Glauber, Jessica Vasconcelos, Joyce Vasconcelos, Kamyla Galdeano, Kíscila Tasciane, Luciana Nunes, Guta Almeida, Matheus Affonso, Luiz Fernandes, Rodrigo Machado, Tailane Santos, Lene Santos e Dayane Souza.
Direção: Janna Salamandra e Alessandro Conceição | Direção Musical: Roni Valk | Direção de Imagem: Cachalote Mattos | Cenário: Cachalote Mattos | Figurino: Nivea Nascimento | Maquiagem: Wellington Leão | Adereços: Mauro Soh
MARCHA BORBOLETA
Texto e Músicas: Criação coletiva GTO Maremoto
Sinopse: Depois do ensaio teatral, Léo e Duda se despedem com o combinado de convidarem seus pais para a grande estreia. Em casa, Léo se depara com a irredutível ideia do pai de que somente o trabalho de mecânico garantirá seu futuro. Mas e o sonho de Léo fazer teatro? Duda é surpreendida por seu tio, enquanto estão sozinhos, com um presente muito sexy. Como apoiar uma jovem que sofre assédio sexual do próprio tio? A partir daí, a plateia é convidada a substituir os protagonistas e no lugar deles, propor alternativas.
Elenco/GTO Maremoto: Kyara Elane, Bárbara Assis, Kelly Ramos, Max Waldorf, Nanny Cunha, Patrick Torres, Jeferson Luciano, Rafaella Pereira, Anderson Oliveira, Lucas Brynner e Vinicius Alves.
Direção: Claudete Felix e Flavio Sanctum | Direção Musical: Roni Valk | Direção de Imagem: Cachalote Mattos | Assistente de curinga: Marcela Farfan | Cenário: Zitto Bedat | Figurino: Kelly Régis | Maquiagem: Wellington Leão | Adereços: Mauro Soh
EM UMA FAMÍLIA
Texto e Músicas: Criação coletiva GTO Maré 12
Sinopse: A peça de Teatro-Fórum aborda o machismo que uma jovem de 15 anos sofre dentro de sua família. Ana sonha jogar futebol e tocar berimbau. Porém seu pai diz que futebol é pra homem. Ela quer sair e se divertir, o pai responde que filha tem que ajudar a mãe na faxina, ser boa dona-de-casa para ser uma verdadeira mulher. A partir daí, a plateia é convidada a substituir a protagonista e no lugar dela, propor alternativas.
Elenco/GTO Maré 12: Aparecida dos Anjos, Gabriela Guedes, Nara Gomes Freire, Nayla Gomes Freire, Maiara Mendonça e Jhenifer Melo.
Direção: Monique Rodrigues, Alessandro Conceição e Claudete Felix | Direção Musical: Roni Valk | Direção de Imagem: Cachalote Mattos | Cenário: Cachalote Mattos | Figurino e Maquiagem: Wellington Leão | Adereços: Mauro Soh
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